terça-feira, 7 de setembro de 2010

Blog encerrado

Se você deseja manter contato comigo ou continuar acompanhando postagens semelhantes, envie convite para madaufmt@gmail.com.
As postagens deste e de outros blogs de minha autoria,
agora constam no blog Diário da Madá,
mas o acesso é restrito, então envie seu pedido ao e mail, ok?
Obrigada
Madalena.
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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Blog encerrado


Este blog encerra hoje suas atividades.
Obrigada a todos os visitantes.
Nos encontramos pelo mundo!
Khanimambo!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Merecido?


Alguém se lembra de ter visto
Definitivamente o mundo mudou...

Congratulations, Obama!



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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Caçada humana




Até onde o ser humano é capaz de chegar...
Melanina determinando condição de vida ou morte.
Veja o que encontrei no blog do Albino Incoerente.

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domingo, 19 de julho de 2009

Aniversário de Nelson R Mandela

Happy Birthday,

Madiba!
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terça-feira, 30 de junho de 2009

Carlos Moore




Gosto muito das idéias de Carlos Moore.
Aqui algumas coisas interessantes dele que circulam pela net.
Aqui, um de seus livros.
Neste livro, ele faz um traçado interessante sobre a evolução do racismo,
desde a antigüidade até nossos dias.













Meu ébano...

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sábado, 20 de junho de 2009

Nós, racistas? Imagine...


Engraçado que neste momento eu estou tratando
justamente do mito da democracia racial
na escrita da dissertação.
Vou pra net e encontro isto.
Como diria Florestan Fernandes,
o Brasil é um país que tem preconceito de ter preconceito.
Fazemos tudo de forma velada, sutil.
Se bem que, nesse caso especificamente,
as coisas foram mais do que explícitas
e eu só queria estar ao lado observando,
que a perua loira ía parar na delegacia
e ainda tomava um belo de um processo.
Infelizmente os artistas da imagem acima
não sabiam que teriam apoio legal para resolver a questão.
Agora já foi, paciência.
Mas que foi ridículo, foi.
Que vergonha.
Fosse eu, esfregava meus dólares na cara dela
e a coisa seria resolvida de outra forma.
Tô cansada de ver as pessoas se acomodando, deixando pra lá,
'engolindo o sapo' como se diz por aqui.
Pior ainda quando se é estrangeiro.
Enquanto a gente ficar negando nossas mazelas, nossos preconceitos,
essas coisas vão continuar acontecendo.
Temos mais é que reagir, pôr a boca no mundo.
Deixar bem claro que temos direitos e que eles têm que ser respeitados.
Pouco importa a cor ou origem da pessoa,
TODAS TÊM DIREITO de viver com DIGNIDADE.
Só assim a atitude das pessoas vai começar a mudar.
Não adianta a tv anunciar o fim do aparthaid oficial
e ele continuar de outras formas, imperceptíveis, sutis, 'cordiais'.
E as coisas só mudam quando a gente faz questão de que isso aconteça.


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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sobre o 25 de maio

É fácil libertar-se dos tiranos.
Difícil é libertar-se de si mesmo
e transformar seus próprios paradigmas...
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sábado, 15 de novembro de 2008

E se Obama fosse africano?

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(Por Mia Couto)

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: " E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Congratulations, Rosa Parks!




O Mal de Alzheimer pode ter levado
as lembranças pessoais de Rosa Louise McCauley, falecida em 2005,
mas a história jamais permitirá que seu exemplo seja esquecido.
Rosa Parks, como era conhecida
esta costureira do estado de Alabama, EUA,
tornou-se símbolo de resistência
contra o sistema de segregação racial americano,
quando negou-se a ceder seu lugar no ônibus
para uma pessoa branca em 1955.
Ao ser presa por isso
despertou o maior movimento popular do seu país,
encorajando um jovem pastor batista a expor
sua indignação e idéias e levantar uma nação
em favor dos direitos civis.
As conseqüências decorrentes da atitude de Rosa Parks,
sacudiram a opinião pública mundial na época
e repercutem até hoje.

Em 1968, Martin Luther King Jr,
foi assassinado, mas não sem antes
estremecer as bases políticas
e sociais de seu país com seus discursos
contundentes em favor da desobediência civil e
influenciar várias gerações em todo o mundo.
A eleição de Barak Houssein Obama,
anunciada nesta quarta-feira,
é um marco na história mundial pelo que este país
representa em termos de poderio econômico
sobre o terceiro mundo e é a coroação do movimento
pelo qual o Rev. Martin L. King viveu e morreu.

A chama de esperança acesa por Rosa Parks
e, repassada de mão em mão ao longo de 53 anos,
chega agora ao primeiro presidente negro
da história dessa nação:
um afro-americano, descendente de quenianos,
que nasceu e cresceu no Hawai e na Indonésia e que
sob o lema do 'Yes, we can',
conseguiu o feito extraordinário
de desbancar Hilary Clinton e mais, levar jovens,
idosos (alguns com mais de noventa anos),
imigrantes de todos os continentes,
veteranos de guerra e negros
a esperar pacientemente de três a nove horas
em filas intermináveis para exercer o direito de voto
num país onde isto não é obrigatório e onde o eleitor
andava há muito tempo apático e desiludido.
O mote 'Together, we can change America' promete
mudar também o mundo e já conseguiu
o apoio das potências européias e asiáticas.
Enfim, uma onda de otimismo e salvação se estende
pelo planeta em tempos de crise econômica
e reformulação de valores sócio-culturais.
Resta saber até que ponto essa tsunami de positivismo
vai ser realmente benéfica,
desenhando efetivamente um horizonte
mais tranqüilo no futuro.

As intenções aparentemente são boas.
A torcida a favor é praticamente unânime.
O momento é delicado e exige medidas urgentes.
Há um clima de grande receptividade no ar, enfim,
só ao tempo caberá o julgamento
do que for feito daqui em diante.
Aliás, o que o mundo mais deseja neste momento
é justamente reverter os efeitos nefastos
da política desastrosa do sr. Bush.
Que ele não seja esquecido, ao contrário,
que seja para sempre lembrado
como exemplo de incompetência,
mau-caratismo, ganância,
desrespeito e prazer de destruição.
Não só os Eua merecem um governante bem preparado
comprometido e dinâmico, mas o mundo agradece
por não ter que pagar as contas
do desmando,da corrupção,
dos interesses pessoais postos acima dos coletivos.
Quer queiramos ou não, quer gostemos ou não da idéia,
essa nação ainda manda nos destinos do mundo.
Por isso mesmo
a qualidade da escolha feita pelos eleitores americanos
é importante também para um mundo interligado,
onde as reações ocorrem em cadeia
e o equilíbrio de forças é muitas vezes frágil.

Sorte ao novo presidente e ao resto do mundo,
que com certeza irá arcar com os custos
de acertos e erros
dessa nova empreitada americana.

Para fechar com chave de ouro,
um vídeo da maravilhosa Mercedes Sosa:
"se um só traidor tem mais poder que um povo,
que este povo não o esqueça facilmente."




http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL840074-16107,00-SAIBA+POR+QUE+A+ELEICAO+DE+BARACK+OBAMA+COMO+PRESIDENTE+DOS+EUA+E+HISTORICA.html

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domingo, 14 de setembro de 2008

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

"O preço da liberdade": divulgue!

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Foi uma surpresa maravilhosa
encontrar este trabalho.
Logo aqui, em Cuiabá!
Ecos desse tipo costumam chegar de muito longe,
mas dessa vez, o grito partiu daqui.
Conheça o trabalho deste produtor.
Ajude a divulgar, espalhe por todos os cantos!
Há uma página no Orkut:
'Aroldo Maciel'
e trabalhos no you tube.
O apartheid não acabou.
Ele existe e continua matando e segregando.
Vamos aproveitar
a próxima copa do mundo de futebol
para divulgar e causar a discussão
sobre o que está acontecendo por lá:
genocídio, extermínio velado!
mande este vídeo a todos seus amigos,
o futuro(?) das crianças sul-africanas agradece!





Há uma pequena reportagem sobre essa produção neste site:


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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Programa PEC-G




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terça-feira, 8 de julho de 2008

Luto e indignação por João Roberto.




Poucas horas depois que escrevi o post abaixo,
o garotinho de quase quatro anos,
João Roberto Amorim Soares, foi morto
por incompetência da polícia carioca.
Infelizmente, vejo mais uma vez,
minhas palavras confirmadas.
Brasil, terra onde a vida vale muito pouco.
Indignação, dor e a certeza de que
poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa,
inclusive nós mesmos, já que a polícia brasileira
vem se esmerando em praticar ações
cada vez mais desastrosas.
Já falei sobre esse assunto no outro blog.
Sinceramente, ando cansada
de ver o tema da violência urbana e / ou policial
me perseguir por onde quer que eu vá.
Não vou repetir aqui tudo de novo.
Fica apenas meu protesto e alguma forma
de solidariedade à mais essa família
destroçada pela ação incompetente
de agentes do Estado.


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domingo, 6 de julho de 2008

Brasil: cara e coroa

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Visitando recentemente um blog
do qual, infelizmente
(e peço desculpas por isso!),
não me lembro o nome, chamou-me a atenção
uma lista de países que fecham os olhos
para o aliciamento de crianças pelas guerrilhas.

Foram citados países como Afeganistão,
República Centro-Africana, Congo, Mianmar,
Nepal, Somália, Sudão, Chade, Colômbia,
Filipinas, Sri Lanka, Uganda.


Curiosamente lá não estava o nome do Brasil.
Sim, Brasil.


Esta república pseudo-democrática,
que arregimenta milhares de crianças, adolescentes
e jovens todos os anos para o crime organizado,
a prostituição e o tráfico de drogas.
Permitindo inclusive uma hierarquia,
determinada pelos traficantes e que designa a função
de cada um dentro do 'negócio'.
Subir de patente depende da 'moral' do garoto
dentro do grupo.
Roubar e matar garantem 'bônus'
que se vão acumulando
e que geram 'promoções' entre os pares.


Raramente algum deles consegue sair do crime.
Raramente algum deles chega aos 25 anos.
Raramente alguns deles acham isso absurdo.
Raramente o Estado faz algo efetivamente
contra o crime organizado e traficantes.
Raramente algum desses políticos
deixa de se eleger novamente.
Por mais barulho que se faça,
por mais que a indignação seja enorme.


O único braço do Estado que chega aos morros do Rio,
às favelas de São Paulo, e aos outros guetos do país,
são as Rotams, os Bopes, as Rotas.

Todo tipo de polícia ensandecida e 'inseticida',
a fim de 'limpar' a cidade da mancha social enorme
deixada pela má distribuição de renda,
descaso público com a infância e adolescência,
incompetência, corrupção do Estado
e comodismo da sociedade.


O Brasil tem que ser considerado nessa lista sim.
O que acontece aqui é tão grave quanto em outros lugares.


Aqui se exterminam, jovens, adolescentes, negros,
índios, mulheres nas clínicas clandestinas de aborto,
velhos nas filas do SUS, pobres, favelados, gays, sem-teto,
sem-terra, desempregados, analfabetos, prostitutas,
travestis, meninos e meninas de rua,
trabalhadores em geral, sindicalistas, jornalistas,
professores, estrangeiros, enfim, uma vida humana
não vale nada no meu querido Brasil,
terra do carnaval, do samba e do futebol.


É só abrir os jornais diários,
para constatar essa realidade.
Como já dizia Toquinho, 'lindo e triste Brasil'.
Que não se importa com seu futuro,
Que é cruel e mesquinho,
apesar do belo sorriso da mulata
na propaganda turística.


Que se faz de cego para o turismo sexual
que explora crianças, adolescentes e adultos.
Que aceita euros, dólares, yens e todo tipo de moeda
em troca das vidas massacradas que despreza.


Que fecha os olhos para o abandono,
a tortura e morte de crianças indefesas
praticada pelas próprias famílias.


Descaso, desgoverno, descaminho, desgosto.
Essa é também uma face do Brasil,
para quem não o conhece ainda e ouve
maravilhas a seu respeito.


Temos maravilhas, sim.
Gente honesta e que trabalha muito
prá sobreviver, somos hospitaleiros,
gentis, alegres, criativos e inteligentes.


E somos especialistas
em crueldade social também.

Cara e coroa da mesma moeda.




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domingo, 8 de junho de 2008

Sobre ler, ver e ouvir...

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Comecei este blog há alguns dias e ainda estou pegando o jeito.
Têm acontecido muitas coisas e há vários assuntos
sobre os quais gostaria de escrever.
Por enquanto, tenho me preocupado mais
em buscar adeptos da causa blogueira pelo mundo,
colocar recursos interessantes por aqui,
descobrir sons, cheiros e sabores da África,
enfim, tenho tentado aprender de todas as formas,
seja por meio eletrônico ou nas conversas com os amigos.
O fato é que é difícil discorrer
sobre um assunto do qual sei tão pouco.
Na verdade gostaria muio mais de ler e ouvir, aprender.
Não me sinto preparada ainda
para tecer qualquer comentário sobre esse continente multifacetado.
Quem sabe daqui uns anos, sei lá.
Quem sabe quando já lá estiver morando,
registrando impressões, contrapondo com o Brasil,
talvez aí eu consiga entender melhor os dois, quem sabe?
Há coisas impressionantemente belas,
outras terríveis, como os ataques aos imigrantes na África do Sul,
sobre o qual queria ter escrito, mas não fiz nada ainda.
Só consigo pensar na desorientação dos imigrantes que sobreviveram
e que tiveram que ir embora
ou mesmo dos que ficaram e vivem com medo.
No Brasil, não temos a noção do que seja isso.
Ou temos, não sei,
quando me recordo do stress que o narcotráfico
causa na população do Rio de Janeiro...
deve ser algo parecido.
Fiquei mal vários dias, rezando em silêncio
para que as coisas por lá tomassem outros rumos
menos sofridos para todos, que o bom senso prevalecesse
e que os atacantes percebecem
que na verdade estão todos do mesmo lado.
O lado da marginalidade, da pobreza, da exclusão,
da má distribuição de renda, da incompetência
e da ganância dos governos corruptos,
todos os males dos quais também padecemos por aqui,
onde se diz que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.
Talvez seja mesmo mais fácil agredir um coitado faminto
e moribundo, do que organizar a sociedade de forma a fazer valer
os seus direitos de cidadãos. Seria a lei do mais forte?
Enfim, se chegasse o dia em que não mais houvessem imigrantes,
o quê ou quem seria atacado então?
Não me parece que protestar, dizimando vidas humanas,
seja uma ação que vá resolver alguma coisa.
Vou levar a vida toda tentando entender certas coisas,
acho que morrerei sem entender, na verdade.
Por isso tenho tanta dificuldade em fazer comentários à respeito.
Gostaria que as pessoas que têm passado por aqui,
deixassem seus comentários, sugerissem outras leituras,
trouxessem suas contribuições e de outros também.
Gostaria mais de ouvir, ver e ler do que falar.
Obrigada pelas visitas.
Khanimanbo!
Sala ni Chikwembo!


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Imagens "emprestadas"
de dois blogs da melhor qualidade:
http://www.quirozpo.blospot.com/ e
http://www.marmequer.blogspot.com/

isto inclui a todos!
























http://www.istoincluime.org/index.htm


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domingo, 1 de junho de 2008