sábado, 20 de junho de 2009

Nós, racistas? Imagine...


Engraçado que neste momento eu estou tratando
justamente do mito da democracia racial
na escrita da dissertação.
Vou pra net e encontro isto.
Como diria Florestan Fernandes,
o Brasil é um país que tem preconceito de ter preconceito.
Fazemos tudo de forma velada, sutil.
Se bem que, nesse caso especificamente,
as coisas foram mais do que explícitas
e eu só queria estar ao lado observando,
que a perua loira ía parar na delegacia
e ainda tomava um belo de um processo.
Infelizmente os artistas da imagem acima
não sabiam que teriam apoio legal para resolver a questão.
Agora já foi, paciência.
Mas que foi ridículo, foi.
Que vergonha.
Fosse eu, esfregava meus dólares na cara dela
e a coisa seria resolvida de outra forma.
Tô cansada de ver as pessoas se acomodando, deixando pra lá,
'engolindo o sapo' como se diz por aqui.
Pior ainda quando se é estrangeiro.
Enquanto a gente ficar negando nossas mazelas, nossos preconceitos,
essas coisas vão continuar acontecendo.
Temos mais é que reagir, pôr a boca no mundo.
Deixar bem claro que temos direitos e que eles têm que ser respeitados.
Pouco importa a cor ou origem da pessoa,
TODAS TÊM DIREITO de viver com DIGNIDADE.
Só assim a atitude das pessoas vai começar a mudar.
Não adianta a tv anunciar o fim do aparthaid oficial
e ele continuar de outras formas, imperceptíveis, sutis, 'cordiais'.
E as coisas só mudam quando a gente faz questão de que isso aconteça.


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Um comentário:

Ran Omelete disse...

É isso aí. Também acho que só é possível resolver um problema se primeiro a gente admitir que o referido problema existe. Caso contrário, a poeira é empurrada para debaixo do tapete. E cria-se com isso uma geração inteira de crianças alérgicas.

Mas acho que existe um certo limite para o combate ao preconceito. Quer dizer, não é só passar o aspirador de pó e pronto, acaba. Não importa o quanto a gente limpe uma casa, alguns dias depois nova poeira passa pelas janelas e deposita-se nos velhos móveis. Isto é, a gente combate alguns preconceitos, depois surgem novos e, sem perceber, às vezes, combatemos antigos preconceitos a partir de novos, pois não os julgamos como tais.

Escrevi um texto falando de preconceito no blog que tenho com alguns amigo, Os Desinformantes. Não sei se o texto está lá muito bom, mas talvez lhe interesse.